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A Prática Coral na Atualidade

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Newton diz que temos uma habilidade para produzirmos diferentes timbres de nossas pregas vocais, o que nos possibilitaria apresentar quase que qualquer peça. Mas regentes mais conservadores acreditam que devemos adequar cada tipo de voz para o perfil sonoro pretendido. De qualquer maneira, o regente deve ter a sensibilidade para tirar o melhor de cada um, desde a escolha da obra, quanto do grupo que irá apresentá-la.  Uma das grandes discussões é quanto ao trabalho técnico-vocal. Muitos regente não querem ou não sabem trabalhar a técnica vocal, o que diminui em muito a capacidade do grupo em desenvolver diferentes tipos de obras, então acabam trabalhando apenas com o aquecimento vocal, que pouco acrescenta para um bom grupo coral.  Outra discussão discorre sobre a impostação da voz apresentada em um coral. Regentes divergem sobre a melhor forma de cantar. Na minha opinião, uma questão irrelevante frente ao objetivo final. A apresentação. O regente deve se preocupar co...

A MÚSICA MEDIEVAL

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Quando Odoacro, Rei dos Hérulos, destitui Rômulo Augústulo, o último Imperador Romano, cai o Império Romano Ocidental, marcando assim o início da Era Medieval. É muito difícil determinar o período de inicio e fim da idade média, mas algumas teorias situam essa era da história entre século V e o século XV, início do Renascimento Humanista. Nesse período, a espiritualidade regia o comportamento humano, e isso começou a ser evidente nas artes. A igreja católica tinha o controle sobre a produção científica e cultural, exercendo uma ligação entre a produção artística com o cristianismo. Por isso a predominância dos temas religiosos nas artes plásticas, na literatura, na música, na arquitetura e no teatro. O teocentrismo regia o imaginário.  E é na idade média que surge e se desenvolve a polifonia escrita e as primeiras notações musicais. Os neumas vão ser substituídos pelo sistema de notação com linhas. No século XI, Guido D'Arezzo formata esse novo si...

METACOGNIÇÃO E INTELIGÊNCIA

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Segundo Ugartetxea (2001), Metacognição se refere a capacidade do indivíduo pensar sobre seus próprios pensamentos, levando em conta alcançar níveis mais altos de autoconsciência. Já Flavell (1977) discorre que Metacognição é a compreensão e avaliação do que foi aprendido. Brown (1987) aborda a Metacognição de forma geral, considerando como conhecimento do próprio conhecimento, o conhecimento dos próprios processos cognitivos e suas formas de operação, auto-regulação e auto-monitoramento. Os três autores, de maneiras diferentes, tentam explicar de forma clara suas concepções sobre o tema. O que fica entendido é que Metacognição é a consciência de que estamos aprendendo. É o saber sobre o que sabemos, e conseguir controlar de forma inteligente nossos pensamentos e aprendizados. INVESTIMENTO METACOGNITIVO O investimento metacognitivo gera uma ampliação da consciência que, em um nível hipotético de metacognição, se produz uma igualdade entre mente cognitivo-ciente e a consciência. Ou se...

Educação profissional: reflexões sobre o currículo e a prática pedagógica dos conservatórios - resenha crítica

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       Não é novidade que o ensino musical no Brasil está defasado. O que se vê nos espaços escolares e conservatórios são ensinamentos tecnicistas, voltados exclusivamente para a execução do instrumento. Nos últimos anos, com o advento da tecnologia e mudanças culturais, tal forma de ensino necessita verdadeira reformulação. "Nas últimas décadas, assistimos a uma revolução cultural, tecnológica, social e econômica global que vem acarretando profundas transformações no panorama educacional brasileiro." Esperidião (2002). Essa transformação social relatada pela autora pode ser recente, mas educação musical dos conservatórios traz uma herança da era colonial do Brasil.  Naquela época índios eram doutrinados para catequização e os negros  para entreter a corte, e seu repertório era quase totalmente europeu. O texto discorre sobre a ausência de personalidade e formação individual a partir do estudo da música. A sensibilidade do músico não er...

A Educação Multicultural

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A multiculturalidade é ambígua. Ela desafia o docente a se inteirar de uma realidade não conhecida por ele. No caso de uma escola indígena, um professor de fora da aldeia tem que, rapidamente, conhecer a cultura praticada e se adaptar ao modo em que eles consomem e aceitam o conteúdo. Viver uma cultura totalmente diferente exige dedicação e paciência. O interesse em aprender é tão necessário quanto ensinar. Acredito que a principal função de um estado multicultural seja o direto de preservar os saberes. Instituições escolares devem ser responsáveis por promover tanto a inclusão quanto a exclusão dessa condição. Infelizmente a não existência de uma norma clara sobre o assunto permite que muitas culturas se percam ao longo do nosso tempo. Muitos índios preferem seus filhos estudando português em detrimento a sua língua nativa. Apesar da justificativa que, dentro da sociedade em que estão inseridos existe a necessidade de aprender a lingua dos brancos, aos pou...

MOTIVAÇÃO NA PRÁTICA EDUCATIVA

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O Ser Humano precisa desenvolver ao longo da vida, diversas habilidades e competências, no sentido de suprir as necessidades das diversas dimensões de sua existência, como sua vida pessoal, familiar, social e profissional. Os caminhos que possibilitam essa empreitada são a educação e a aprendizagem. Aprender é uma condição natural humana, alcançada e desenvolvida há muitos milhares de anos no caminho evolutivo de nossa espécie, porém isso não implica facilidade no trabalho de educadores e educadoras na missão de ensinar outros indivíduos, muito pelo contrário, essa tarefa vem se tornando cada vez mais complexa com o passar dos tempos. Um educador realmente comprometido com seus alunos precisa encontrar meios de mobilizar seus aprendizes no sentido de fazê-los despertar o espírito investigativo, a inquietude do pensamento e a vontade intrínseca de querer aprender. Precisa saber fazer de seus alunos pessoas motivadas e abertas ao conhecimento. EDUCAÇÃO E APRENDIZAGEM Educar si...

História da Música Brasileira - Eunice Katunda

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Eunice Katunda nasce em 1915 na cidade do Rio de Janeiro. Batizada como Eunice do Monte Lima, tem contato com a música ainda muito jovem. Aos três anos de idade, mesmo sem conhecimento musical algum, se aproxima do piano recém adquirido pela família e dedilha conhecidas melodias do início ao fim. Katunda é amplamente influenciada por seus pais. Sua mãe foi uma pintora nativista e pianista. Seu pai tocava violino e chegou a participar da administração do Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Mesmo muito entusiasmada com o som das teclas do piano, Eunice Katunda desenvolve o gosto pelo estudo anos mais tarde, após seu primeiro recital.  Seu gosto pelo carnaval, música popular e a batucada são resultado do convívio com uma espécie de gafieira existente em sua vizinhança no bairro de Botafogo. Dona de uma excelente memória auditiva, não tem dificuldades em reproduzir em casa o que ouviu na rua. Estuda com Mima Oswald, filha de Henrique Os...